segunda-feira, 20 de julho de 2009

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A arte, de um modo geral, é equilíbrio de excessos e insuficiências. O artista do "mais" opera recessivamente com o "menos", ao passo que o do "menos" presta contas ao "mais". E ambos buscam o efeito sensível da modulação destes contrários. O grande artista cria equilíbrios instáveis que tensionam excessos e insuficiências de toda ordem e produzem "buracos no não" gerando os possíveis impossíveis e os impossíveis possíveis. O grande artista fura o cerco e nos conduz sem dizer para onde nem responder por quê. O grande artista se funda a si mesmo por seu fazer, e este nos co(n)funda na fruição que em nós nos inaugura.

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2 comentários:

  1. Estou tentando encontrar esquemas semióticos no texto exposto. Parece que podemos separá-lo em dois níveis narrativos: o primeiro fala da relação entre o artista e algo representado pelo "menos" e pelo "mais", algo que não consigo encontrar, no momento, uma palavra que o defina (creio que esse mesmo problema afetou o autor).O segundo nível narrativo diz respeito à relação entre o artista e o espectador.

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  2. Américo,
    Adorei esta reflexão sobre os sins e nãos (a dubiedade de "sins", em inglês, que é pecado! Nossos sins são nossos pecados...rs... (devaneio)
    A questão do equilíbrio mais desequilibrado onde não se vê onde está o equilíbrio, é sim o grande fazer artístico!
    "Nada é absoluto"... Lembra?
    Abração
    érico

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