sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

SOBRE NOMES

Aggio, Rigo, Turpin, Cury, Tomiazo, Guirar, Schmidt, Boechat, Boa Ventura, Ibarra e um Souza, eis os sobrenomes de uma página brasileira do face em cujo diálogo entrei por acaso. No texto principal, motivador das postagens, tecia-se um discurso-leitura da situação política brasileira e, segundo os frequentadores do autor e, provavelmente, o próprio autor, o texto pretendia-se irônico. Não captei a ironia, evidente talvez para os frequentadores da página. Depois de ter sido alvo de uma ironia, escrevi "captei as ironias". Fui amado pela resposta. Estava no jogo. Mas incomodado com a situação, postei: "Um comentário sobre a ironia. É uma figura de pensamento que mais depende do modo como o texto foi elaborado e do momento de sua recepção do que das intenções do autor. Trata-se de um efeito de sentido alcançado toda vez que o conteúdo captado no enunciado entra em relação com outro conteúdo, que lhe é contrário ou contraditório, atribuído à enunciação (ato de dizer). Para que esse efeito de sentido seja captado, é preciso então que os dois conteúdos estejam explicitados no enunciado: um como enunciado propriamente dito e outro como enunciação enunciada. Por exemplo, há ironia no dizer "captei as ironias" quando o texto no qual se diz ter captado as ironias não logrou dar forma à ironia." Não sei se os da página captaram a ironia, mas podemos ver que os sobrenomes ainda dividem o Brasil. Às vezes, as coisas se misturam um pouquinho e pinta  um Szasz entre os da senzala ou um Silva entre os da casa-grande.
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