sábado, 6 de outubro de 2012

A SEMIÓTICA ENTRE A SENSAÇÃO E A INTELECÇÃO

A semiótica, na versão tensiva de Zilberberg (a meu ver, complementar à semiótica clássica), retoma Merleau-Ponty, presente já no Semântica Estrutural de Greimas, e articula Cassirer, Deleuze e Valéry para desenvolver uma mínima iteligibilidade do sensível. Da Imperfeição e Semiótica das paixões, ambos livros do mestre lituano, vão no mesmo "sentido". Todos tentam critérios mínimos para compreender as condições de possibilidade do sentido, a partir do sensível, ou investigam o sentido do sentido, como é comum se dizer entre os semioticistas. Pensar o sentido nas suas nascentes é tentar traduzir o sensível em inteligível: tarefa sempre inacabada ou por começar. Fora desta ilusão de "cientificidade", entendida como projeto de conhecimento, há o vivido, isto é, as fricções, os atritos entre a carne-mente-espírito do homem e a carne-mente-espírito do mundo. O intelecto descontinuíza e estabiliza para organizar o inorganizável e a sensibildiade desestabiliza e continuíza  para desorganizar o organizado... Não tem fim... Estamos condenados a fazer sentido, mesmo que seja pela negação dele, e toda a liberdade possível acontece condicionada pelo sentido já feito e abre-se para o ainda por fazer.

-

Nenhum comentário:

Postar um comentário