A semiótica, na versão tensiva de Zilberberg (a meu ver, complementar à semiótica clássica), retoma Merleau-Ponty, presente já no Semântica Estrutural de Greimas, e articula Cassirer, Deleuze e Valéry para desenvolver uma mínima iteligibilidade do sensível. Da Imperfeição e Semiótica das paixões, ambos livros do mestre lituano,
vão no mesmo "sentido". Todos tentam critérios mínimos para compreender
as condições de possibilidade do sentido, a partir do sensível, ou
investigam o sentido do sentido, como é comum se dizer entre os
semioticistas. Pensar o sentido nas suas nascentes é tentar traduzir o
sensível em inteligível: tarefa sempre inacabada ou por começar. Fora
desta ilusão de "cientificidade", entendida como projeto de
conhecimento, há o vivido,
isto é, as fricções, os atritos entre a carne-mente-espírito do homem e
a carne-mente-espírito do mundo. O intelecto descontinuíza e estabiliza
para organizar o inorganizável e a sensibildiade
desestabiliza e continuíza para desorganizar o organizado... Não tem fim... Estamos
condenados a fazer sentido, mesmo que seja pela negação dele, e toda a liberdade possível acontece condicionada pelo sentido já feito e abre-se para o ainda por fazer.
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sábado, 6 de outubro de 2012
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