sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ODISSEIA DO INSTANTE (Ema Viana)

Como reteso dardo que se brande
Ante horda de inimigo espicaçada,
Com a cabeça encimando haste grande,
Vibra pela ferida desejada.

Contra a fenda de lábios excitada,
Logo investe com a sua rubra glande
E, numa cega e primeira estocada,
Mais o seu volume flâmeo se expande.

Depois, em mão nervosa beligera
Procurando oponente imaginário,
Hirta-se, faz-se gládio, vira fera

E cumpre obediente o seu calvário
Até o espasmo-fim em que se adultera
No lacteo que lhe sela o obituário.

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

CONVERSA FIADA (Ema Viana)

Aí o discípulo perguntou:
- Mestre, o que é o "eu"?
- O "eu" é antes de tudo um "ele" que "você" ilude e pensa muito conhecer.

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